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Cresce Brasil

No momento em que escrevo este artigo, milhares de jovens em todo o Brasil se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que pode garantir o acesso à universidade. Eles apostam em uma graduação no ensino superior para começar uma carreira. No entanto, muitos dos que pegam o diploma hoje não conseguem exercer sua profissão.


Até poucos anos atrás, o título de engenheiro era sinônimo de garantia de emprego. O Brasil crescia, as obras se sucediam, as empresas contratavam e novas áreas na engenharia se abriam. Isso mudou. Pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional dos Engenheiros, aponta que, entre janeiro e junho de 2017, 50.433 postos de trabalho na área foram fechados no Brasil.

Causa perplexidade uma reviravolta tão rápida, e chegamos ao ponto de o engenheiro que estiver empregado sentir-se grato, pois ao estagnarem as obras estruturantes no País inteiro, a tendência é diminuírem ainda mais as ofertas de trabalho.

Como os governos darão o start para a retomada das obras, do desenvolvimento e da consequente geração de empregos? A FNE obrigatoriamente deverá se envolver através de seus sindicatos estaduais filiados, propondo o debate com os eleitos em 2018 e também com aqueles nomeados a cargos executivos. Devemos mostrar a necessidade das obras estruturantes para o desenvolvimento da economia e o bem-estar da população, metas nas quais o engenheiro é essencial. Como atender uma criança na escola ou um paciente no posto de saúde se esses equipamentos públicos não forem construídos ou reformados para servir à sociedade?

O movimento “Engenharia Unida” é um passo importante para a luta pela valorização da categoria e a defesa de seus direitos. Infelizmente não há possibilidade de retomar o desenvolvimento em um rápido lapso de tempo; os encaminhamentos demoram, e só os sindicatos mais bem estruturados terão sucesso. Todo o esforço será importante no processo de não permitir que nossas entidades sejam afetadas de forma irreversível.

A federação não se furtará em auxiliar os sindicatos, porém, as diretorias estaduais deverão mostrar trabalho, gestão, iniciativa e determinação para enfrentar os próximos desafios e animar a alavanca do progresso. Os que trabalharem pelo desenvolvimento das suas entidades poderão gerar empregos e colherão respeito dos que lutaram para garantir reconhecimento aos engenheiros como resultado de sua capacidade para execução de obras e segurança das pessoas que usam os equipamentos desenvolvidos e construídos por nós.

Sabemos que as saídas para o resgate da engenharia no País passam por questões como valorização, participação, cobrança junto às autoridades e políticos e luta por novas práticas contratuais e de empregos, e eu acrescento ser fundamental que os engenheiros também sejam presentes em seus sindicatos. Apenas reclamar leva-nos invariavelmente ao retrocesso, à inércia e à acomodação, palavras sem qualquer compatibilidade com a engenharia. Por tudo isso, vamos fazer a nossa parte!
José Carlos Ferreira Rauen é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina (Senge-SC)


Soraya Misleh

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