O Globo de domingo (01/09) deu uma capa com manchete denunciando que “O Brasil já tem 153 patrões investigados por coação eleitoral”.
E em matéria de página inteira, de Renata Agostini, detalhou inúmeros e escandalosos casos de coação eleitoral patronal já processados pela Justiça Eleitoral e fez um alerta para evitá-los nas campanhas eleitorais em curso.
As centrais sindicais e o Ministério Público do Trabalho iniciaram no dia 3 de setembro uma campanha contra o assédio eleitoral nas relações do trabalho e lançaram no evento um canal exclusivo para receber denúncias de assédio eleitoral no local de trabalho – centraissindicais.org.br/ae.
A manchete e a reportagem do Globo dão substância à campanha, demonstrando sua pertinência.
Ao participarem do processo eleitoral os dirigentes e ativistas sindicais devem estar atentos aos procedimentos criminosos, denunciando as ocorrências e contribuindo para evitá-las, junto com os trabalhadores agredidos.
No sábado (31/08) a Folha, no último dia de seu formato impresso padrão, publicou um escandaloso editorial, raivoso e destituído de fundamento, em que criticava a ajuda do governo aos sindicatos como “compensação pelo fim do imposto sindical que o governo Lula não conseguiu restaurar” porque “passarão a contar com uma nova fonte de recurso”.
Referia-se à importância decisão do Codefat que ampliou a participação no Sine das entidades sindicais em um projeto piloto de dois anos a partir de 2025.
A fúria dos adversários do movimento sindical contra a decisão quase unânime (representantes patronais, dos trabalhadores e do governo, com apenas um voto contrário, do secretário do Trabalho do Ceará) corporificou-se, além do editorial e de matérias esparsas em outros veículos, em um projeto de decreto legislativo do deputado Kim Kataguiri (União-SP) para sustar a resolução do Codefat.
O movimento sindical que já publicou inúmeras explicações colocando as coisas em seu devido lugar, desmentindo as alegações infundadas e combatendo o projeto do deputado, deverá agora, desde já, apresentar seus projetos de cumprimento da resolução naquelas entidades capacitadas a fazer deles uma ajuda à aproximação com os trabalhadores e trabalhadoras que procuram emprego e qualificação, principalmente os jovens.
Ilustração - Contratuh
João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical da FNE