De acordo com o único registro na mídia grande impressa (Folha de S.Paulo) o 9º Mutirão do Emprego que começou na segunda-feira passada (e deve durar até a sexta-feira) não teve as longas filas de desempregados desesperados que lotavam o Vale do Anhangabaú nas edições anteriores.
Os 22 mil postos de trabalho oferecidos foram demandados por 50 trabalhadores e às 10 horas da segunda todos já haviam sidos direcionados para o atendimento.
Este foi o relato do primeiro dia do mutirão organizado pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo e pela UGT que em suas edições anuais anteriores procurou oferecer emprego a milhares de trabalhadores e trabalhadoras, compatibilizando suas necessidades às ofertas de emprego por inúmeras empresas articuladas pelo sindicato.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, presente na abertura do mutirão acompanhou atentamente os procedimentos querendo saber quais seriam as verdadeiras dificuldades dos demandantes visando melhorar as iniciativas de sua pasta.
O “fracasso” do mutirão (baixo número de interessados) demonstra como a conjuntura do emprego é favorável aos trabalhadores e às trabalhadoras, com a taxa de desemprego aproximando-se daquela que caracteriza o pleno emprego, principalmente na capital de São Paulo.
Os trabalhadores e as trabalhadoras também não acorreram à tábua de salvação do 9º mutirão porque, no fim das contas, os empregos oferecidos pagavam baixos salários e não garantiam boas condições de trabalho.
O sindicato e a UGT, organizadores dos mutirões, devem extrair lições desta conjuntura favorável (que deve se manter) e começarem a preparar qualquer novo mutirão com o lema de “melhores empregos”, seguindo a avalanche dos 36% de pessoas demitidas que pediram a própria demissão para melhorar seus salários e suas condições de trabalho.
João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical da FNE