Notícias que nos chegam de outros países dão conta da recuperação e presença ativa do movimento sindical dos trabalhadores.
São, na verdade, notícias esparsas que não fazem parte das grandes preocupações e coberturas das agências internacionais, aparecendo, aqui e ali, em sites especializados e de pouco acesso.
Algumas delas não puderam ficar sem registro forte, como as manifestações sindicais na Argentina contra o “pacotazo” de Millei, a greve longa e vitoriosa dos produtores de conteúdo eletrônico nos Estados Unidos e os esforços bem sucedidos do Ver.di, o maior sindicato da Alemanha para aumentar a sindicalização entre os jovens servidores.
Como decorrência destas constatações sugiro que as centrais sindicais brasileiras organizem um serviço de informação destinado às notícias sindicais do mundo inteiro, o que, além de informar, estreitaria os laços entre o movimento sindical brasileiro e os companheiros do mundo inteiro com notícias e entrevistas exclusivas com dirigentes e ativistas.
Há exemplos práticos organizados por algumas entidades, centrais sindicais e seus comunicadores que poderiam servir de base e serem unificados e ampliados, alcançando um público maior com mais regularidade e relevância.
Aliás, relevância é a palavra-chave para o sindicalismo do mundo todo e aqui no Brasil, furando a bolha de não-notícia que assola os meios de comunicação grande e mesmo as redes sociais potencialmente amigáveis às lutas dos trabalhadores e do movimento sindical.
Criar fatos, repercutir as ações, demonstrar a relevância é a tripla tarefa permanente, neste campo, das direções e dos ativistas sindicais.
Foto: Manifestação sindical nem Ginza, Toquio, Japão [Adam Jones/CC-by-SA]
João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical da FNE