sociais

logos

Cresce Brasil

Jéssica Silva - Jornal do Engenheiro - Avanço tecnológico acelerado evidencia necessidade de aprimoramento constante ao profissional da área. Conhecimento de ferramentas de inteligência artificial e domínio do processo BIM estão entre as qualificações mais citadas pelos especialistas. 

pesquisadores em busca de fontes alternativas de energiaEm cinco anos – duração média de um curso de engenharia – muita coisa pode mudar. Foi esse o tempo em que Inteligência Artificial (IA) passou de um conceito complexo para um software acessível a qualquer pessoa. Lidar com a tecnologia que evolui cada vez mais rapidamente no campo profissional, no entanto, é o grande X da questão.

Em uma pesquisa realizada pela empresa Locaweb, em parceria com a agência Conversion, que avaliou a relação dos brasileiros com habilidades digitais, ficou evidente a importância de estar por dentro das novas tecnologias: 50% dos entrevistados não se sentiam aptos a embarcar em novos projetos e oportunidades de emprego por não dominarem uma competência digital.

 “O engenheiro, assim como outros profissionais, tem que estar constantemente se atualizando do que acontece no mundo afora, das novas tecnologias e novas formas de atuação que surgem”, atesta o vice-presidente do Seesp e coordenador da área Seesp Educação, Fernando Palmezan Neto.

Mesmo que o engenheiro não esteja utilizando a mais recente inovação em sua rotina de trabalho, ele destaca que é importante ter conhecimento para não ficar para trás. Um exemplo é o processo da Modelagem da Informação na Construção, o BIM – no original em inglês, Building Information Modeling.

FernandoPalmezan 450

O vice-presidente e coordenador do Seesp Educação, Fernando Palmezan Neto.

Foto: Rita Casaro

 

“Hoje um profissional que atua na área da construção civil precisa ter conhecimento em BIM, caso contrário, terá muita dificuldade de atuar. A própria legislação exige projetos em BIM no setor público, o que tem reflexos nas empresas privadas e em todo o mercado. As empresas de médio e grande porte, de modo geral, estão procurando se qualificar nesse sentido”, ratifica Palmezan.

Ele observa que em outros países como França, Inglaterra e nações asiáticas, a exigência do BIM já acontece de forma mais acentuada. Nesses locais, como complementa, "isso não é mais tema de discussão, já é realidade. E é um processo que envolve não somente a Engenharia Civil, mas diversas outras modalidades, como Elétrica, Sanitária, Ambiental”.

O sindicato, através da área Seesp Educação, acompanha as novas técnicas e tecnologias visando prover educação continuada aos engenheiros. É o caso do projeto atual BIM Prefeituras, que tem o objetivo de qualificar as equipes públicas para implementação do processo nas Prefeituras do Estado de São Paulo.

O vice-presidente da entidade conta que outros temas serão abordados em breve e que a área está aberta para receber sugestões. “Se um grupo de engenheiros tiver alguma demanda [de curso] ou uma empresa tiver a necessidade de capacitar seus profissionais em alguma qualificação, evidentemente ligada à engenharia, pode procurar o Seesp Educação que, juntos, montaremos a formação”, comunica Palmezan.

Os cursos, em geral, são abertos ao público interessado, independentemente se forem filiados ou não ao sindicato. “Obviamente os associados sempre terão benefícios, como o custo, por exemplo, que será diferenciado, terão desconto. Mas todos os engenheiros podem participar”, pontua.

Aprimoramento profissional

A ideia de buscar aprendizado e aprimoramento profissional ao longo de toda a vida é uma bandeira do Seesp presente no projeto elaborado juntamente à Federação FNE, o “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”.

Para o coordenador dos cursos de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Julio Lucchi, a educação continuada é um processo fundamental de adaptação e busca de habilidades, que tem se tornado obrigatório. “Um profissional que não busca continuamente se aprimorar fica desatualizado, não é só uma questão de crescimento na carreira, é o caminho para se manter a relevância profissional”, avalia.

Julio Roberto GilbertoDa esquerda para a direita, Julio Lucchi, Roberto Marx e Gilberto Francisco Martha de Souza. Fotos: Divulgação IMT, Divulgação Fundação Vanzolini e Acervo pessoalAinda, os cursos de graduação, por si só, muitas vezes não preparam o profissional plenamente para o mercado de trabalho. É aí que entram as especializações e cursos livres. “Na engenharia isso é ainda mais necessário, por ter muitos campos de atuação. O engenheiro pode atuar em muitas áreas distintas, e a graduação não vai abordar cada uma delas”, explica Roberto Marx, diretor de operações da Fundação Vanzolini.

A instituição sem fins lucrativos mantida pelo Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) atua em qualificações para preencher essas lacunas. Marx complementa: “Qualquer pós-graduação ou curso de especialização, numa escola de qualidade, pode colocar o profissional em destaque no mercado.”

Os chamados cursos de atualização já eram comuns desde a década de 1980, conforme conta Gilberto Francisco Martha de Souza, coordenador do Programa de Educação Continuada (Pedce) da Poli-USP. Na sua análise, eram cursos bem específicos para implementação de alguma tecnologia ou procedimento, com a principal característica de complementação.

Mas com o aumento da velocidade nas inovações, novas tendências e exigências, a partir dos anos 2000, ele aponta, surgem também novas especializações e a necessidade de acompanhar essa evolução constante. “O engenheiro, ao longo da carreira, pode migrar de área ou galgar posições que demandam conhecimentos administrativos, de qualidade”, ratifica Souza. E finaliza: “Não é só se informar sobre aquele determinado tema, mas se formar, ter conhecimento, desenvolver habilidades e competência técnica.”  

JE592 QualificacoesCitadas

A coordenadora da área de Oportunidades na Engenharia do Seesp, Alexandra Justo, vai além. Para ela, cultivar o desenvolvimento pessoal e profissional não é apenas uma exigência do mercado, mas uma escolha de quem deseja ampliar sua compreensão da realidade, refinar o senso crítico e fortalecer sua capacidade de adaptação e de contribuição.

AlexandraJusto 450Alexandra Justo, responsável pela área Oportunidades na Engenharia do Seesp.
Foto: Soraya Misleh
 

E para além das competências técnicas, as chamadas hard skills, o mundo do trabalho tem valorizado cada vez mais quem desenvolve capacidades comportamentais e interpessoais, as soft skills. “No universo da engenharia e da indústria, habilidades como comunicação clara e assertiva; escuta ativa e empatia; trabalho em equipe e colaboração interdisciplinar; liderança adaptativa e inspiradora são tão relevantes quanto o domínio tecnológico”, atesta Justo.

Nesse sentido, o caminho para se destacar, segundo a gestora, passa pela combinação entre atualização técnica contínua, desenvolvimento humano e mentalidade de aprendizado permanente, “atributos indispensáveis para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado em constante transformação”.

Por onde começar

Se o engenheiro está em dúvida sobre o que fazer para se manter atualizado ou sobre qual caminho seguir na profissão, o Seesp pode ajudar:

Seesp Educação – oferece cursos de excelência, viabilizando aprimoramento profissional e desenvolvimento de novas competências. Clique aqui e acompanhe.

Oportunidades na Engenharia – atua como ponte ligando o engenheiro ao mercado de trabalho, auxilia no planejamento de carreira, levantamento de interesses e habilidades, preparação para processos seletivos, entre outros serviços. Clique aqui e saiba mais.

Capa: Imagem - Freepik/Arte - Eliel Almeida 

Adicionar comentário


logoMobile