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 Um possível vazamento associado ao limite de saturação da terra pela água sob a marginal do Rio Tietê, na altura do Piqueri, na Zona Leste de São Paulo, ou ainda a falta de providências técnicas que ainda serão investigadas, levaram ao colapso da obra da Linha 6-Laranja do Metrô e de parte das pistas que levam à Rodovia Ayrton Senna na manhã desta terça-feira.

Reprodução Record TVDurante a manhã, à medida em que as águas do rio invadiam com força o canteiro de obras, os limites da cratera foram se alargando e avançando sobre o asfato, exibindo um vazio ameaçador sob a rodovia e as faixas que restaram intactas na superfície.

Para compensar a descompactação do solo, provocada pela água ou pré-existente, caminhões passaram a descarregar pedras sobre o buraco, na tentativa de evitar tragédia maior e o colapso total das vias.

Apesar do susto dos trabalhadores e do desespero registrado entre que gritavam aos colegas para saída da obra alagada, não houve feridos. O grande prejuizo, até o momento, é do Estado, da empreiteira responsável pela obra e, especialmente dos usuários da Linha 6 que aguardam a inauguração das novas estações

A obra é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre Governo do Estado de São Paulo e a empresa Acciona, contratada em outubro de 2020 para a construção e um período de 24 anos de operação. O prejuízo do Metrô é enorme, já que a construção está avaliada em R$ 15 bilhões, de acordo com informações da Record TV.

A reportagem recorda o início conturbado da construção, que antes estaria nas mãos do consórcio Move SP. Com início em 2015, as obras pararam em 2016, por falta de financiamento. O consórcio tentava na época um empréstimo junto ao BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social).

Com o desastre, as providências de recuperação da obra devem retardar a inauguração das novas estações que ligarão o centro de São Paulo à Brasilândia, totalizando 15 km de extensão e 15 paradas que deverão atender a 600 mil pessoas por dia. Considerado o maior projeto de infraestrutura da América Latina, o percurso é chamado de Linha das Universidades, por ter estações próximas às principais faculdades de São Paulo, como Unip, PUC, Mackenzie, FMU e Faap.

Além dos transtornos, a recuperação das obras e da via deverá enfrentar questionamentos sobre o modo como o poder público assegura a estabilidade de equipamentos públicos de tamanha responsabilidade urbana, econômica e social. Esta tem sido uma das preocupações levadas aos governos municipais, estaduais e federal pela FNE, alertando para a urgência da instalação de secretarias para o trabalho preventivo e de proteção permanente da engenharia urbana. A força das águas em certas ocasiões é de difícil contenção, mas as investigações do desmoronamento devem indicar o que faltou de fato - e as hipóteses aventadas pela engenharia vão da ausência de um plano de condução da obra correto, que siga regras básicas, como a distância entre o tatuzão e as tubulações e galerias existentes, e o uso de soluções técnicas para garantir maior segurança. - e o que precisa ser feito e fiscalizado para proteger equipamentos e vencer a natureza em projetos assim.

Rita Freire, Comunicação FNE

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