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"A liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi uma das responsáveis por colocar o país no primeiro lugar do ranking de consumo
de agrotóxicos, uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exigem o uso de grandes quantidades destes produtos". O fato é destacado pelo Instituto Nacional de de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, que divulgou seu posicionamento e recomendações contra o uso dessas substâncias, por seus efeitos maléficos à saúde, ao meio ambiente e aos produtos agrícolas.

O instituto aponta que os últimos resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (PARA) da Anvisa revelaram amostras com resíduos de agrotóxicos em quantidades acima do limite máximo permitido e com a presença de substâncias químicas não autorizadas para o alimento pesquisado. Além disso, também constataram a existência de agrotóxicos em processo de banimento pela Anvisa ou que nunca tiveram registro no Brasil.

Uma informação preocupante para os consumidores é que, de acordo com o documento do INCA, a presença de resíduos de agrotóxicos não ocorre apenas em alimentos in natura, mas também em muitos produtos alimentícios processados pela indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por exemplo. Ainda podem estar  presentes nas carnes e leites de animais que se alimentam de ração com traços de agrotóxicos, devido ao processo de bioacumulação. Esse fato é destacado para que a preocupação com os agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras,
que são alimentos fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer. O foco essencial está no combate ao uso dos agrotóxicos, que contamina todas as fontes de recursos vitais, incluindo alimentos, solos, águas, leite materno e ar.

Um grave problema, de acordo com o INCA, é o fato do Brasil ainda realizar pulverizações aéreas de agrotóxicos, que ocasionam dispersão destas substâncias pelo ambiente, contaminando amplas áreas e atingindo populações. A outra é a isenção de impostos que o país continua a conceder à indústria produtora de agrotóxicos, um grande incentivo ao seu fortalecimento, que vai na contramão das medidas protetoras aqui recomendadas. E ainda, o fato de o Brasil permitir o uso de agrotóxicos já proibidos em outros países.

INCA, ao longo dos últimos anos, tem apoiado e participado de diferentes movimentos e ações de enfrentamento aos agrotóxicos e apoia, em seu documento,a produção de base agroecológica em acordo com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica,  modelo  que otimiza a integração entre capacidade produtiva, uso e conservação da biodiversidade e dos demais recursos naturais essenciais à vida. Além de ser uma alternativa para a produção de alimentos livres de agrotóxicos, tem como base o equilíbrio ecológico, a eficiência econômica e a justiça social, fortalecendo agricultores e protegendo o meio ambiente e a sociedade. E ressalta que modos de cultivo livres do uso de agrotóxicos produzem frutas,legumes, verduras e leguminosas, como os feijões, com maior potencial anticancerígeno.

São recomendações que também estão presentes na campanha da CNTU contra o uso de agrotóxicos, em apoio à agroecologia e à garantia de uma alimentação saudável para a população. 

 

Confira reportagem sobre evento do INCA sobre agrotóxicos

Conheça a campanha da CNTU por uma alimentação livre de agrotóxicos


 

Fonte: noticia-instituto_do_cancer_divulga_relatorio_contra_o_uso_de_agrotoxicos-175225_17042015

Autor: CNTU, com INCA

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