A secretária Executiva de Ciência,Tecnologia e Inovação do Governo do Estado da Paraíba, Francilene Procópio Garcia se reuniu com o ministro Aldo Rebelo no dia 4 de fevereiro, em Brasília. O objetivo do encontro foi resgatar a agenda do MCTI com as secretarias estaduais e convidar o ministro para o próximo Fórum Nacional do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia Informação (Consecti). Ela acaba de ser eleita presidente do Consecti.
Professora e pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desde 1989, Francilene é graduada em Ciência da Computação, com mestrado em Informática e especialização em Qualidade e Produtividade e doutorado em Engenharia Elétrica.
Ela também é diretora geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB) e Presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Durante a reunião com o ministro, Francilene falou de sua preocupação quanto a possíveis cortes orçamentários no MCTI, e nas suas agências. Nessa entrevista ao Jornal da Ciência, Francilene conta como foi o encontro em Brasília e fala de seus planos para o futuro.
JC – Como foi seu encontro com o ministro Aldo Rebelo?
Francilene Procópio Garcia – Essa foi uma primeira agenda de apresentação e posicionamento da atual agenda crítica em CT&I de interesse ao Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia Informação (Consecti) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
JC – O que foi discutido?
FPG – Procuramos dar ciência ao ministro das inquietações de ambas as instituições com os cortes orçamentários no MCTI, e nas suas agências, considerando a necessidade de continuidade de agendas importantes já conquistadas, a exemplo dos programas de fomento aos ambientes de inovação, dos planos regionais de CT&I e dos programas descentralizados em parceria com os Estados.
Convidamos ainda o ministro para a primeira reunião do Consecti, a ser realizada no MCTI no próximo dia 4.março. E, ainda sempre que possível, a visita deles aos ambientes de inovação nos estados do País.
JC – Como avalia as políticas do MCTI para o Nordeste, em particular para o estado da Paraíba?
FPG – As políticas públicas vigentes no MCTI são aplicadas em todas as regiões do País, inclusive no Nordeste e na Paraíba. Tais políticas movimentam programas de fomento descentralizados com as Fundações de Amparo a Pesquisa (FAPs) e agências de inovação em cada Estado do País. Alguns exemplos de parceria com a FINEP para fomentos as empresas inovadoras: Tecnova (subvenção econômica para empresas inovadoras operado pelas FAPs) e InovaCred (crédito para empresas inovadoras operado por Bancos Estaduais ou Agências de Inovação). Com o CNPq, temos outras parcerias a exemplo de programas para INCTs, Pronex, PIBIC, etc.
A Paraíba, através da Fundação de Amparo à Pesquisa da Paraíba (FAPESQ), vem operando todos os programas vigentes.
JC – Mas além dessas políticas nacionais, há algo mais focado no Nordeste?
FPG – Uma ação mais recente, geograficamente vinculada, foi a elaboração do Plano Regional de CT&I para o Nordeste – um salto importante para avançarmos em políticas públicas e mecanismos de cooperação com ênfase na problemática regional e nos ambientes de CT&I aqui instalados.
JC – De que forma a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba se encaixa nesse planejamento?
FPG – A Fundação PaqTcPb, como instituição mantenedora do Parque Tecnológico de Bodocongó, vem buscando ampliar e consolidar o Parque através da cooperação com os Governos e com a iniciativa privada. Um destaque pode ser dado ao credenciamento do Centro de Engenharia Elétrica e Informática da Universidade Federal de Campina Grande (CEEI/UFCG) como unidade Embrapii em 2014 – ampliando a parceria do CEEI na área de automação e software com empresas nacionais e internacionais. Um outro destaque é a implantação do Centro de Inovação e Tecnologia Telmo Araújo (CITTA), ampliando as facilidades e espaços para implantação de empresas âncoras nos segmentos de TI e Saúde.
JC – O que é o CITTA?
FPG – O CITTA é um empreendimento inovador de extrema importância para a promoção da sinergia entre a Paraíba e o Nordeste. O centro está localizado em uma área diferenciada de Campina Grande, onde estão instaladas as principais universidades, centros de pesquisa e empresas de base tecnológica. Esse projeto foi criado com a missão de promover a inovação na Paraíba e no Nordeste, o CITTA vai atuar com a oferta de serviços inteligentes e autossustentáveis.
JC – Quais são seus principais planos, projetos e metas para 2015?
FPG – No âmbito do Estado, estamos com uma agenda intensa em 2015, desde a continuidade de programas de apoio a pesquisa, desenvolvimento e ao empreendedorismo inovador, ampliação da rede de fibra ótica que segue para o interior do Estado, revisão do marco legal em prol da inovação no Estado e fortalecimento de parcerias com ênfase na inclusão digital e produtiva da população.
Na Fundação PaqTcPB, cujo mandato será concluído em maio de 2015, deveremos atuar na efetiva transição das ações para a nova diretoria.
Fonte: noticia-os_rumos_da_ciencia_tecnologia_e_inovacao_na_paraiba-161327_05032015
Autor: Edna Ferreira/Jornal da Ciência