No dia 12 de outubro comemora-se o dia do Engenheiro Agrônomo. Este profissional eclético para poder ter suas atribuições, precisa adquirir conhecimentos de fitotecnia, fitossanidade, zootecnia, solos, adubação, engenharia rural, meio ambiente, mecanização agrícola, genética, sementes e agroindustrialização entre outros.
Comemora-se nesta data, porque foi quando ocorreu a 1° regulamentação da profissão através do Decreto-Lei n° 23.196 de 12 de outubro de 1933 de Getúlio Vargas. Segundo o CONFEA, o Brasil tem 766.000 engenheiros registrados no sistema e destes, 93.745 são Engenheiros Agrônomos. Embora se apontem que existam 150.000 formados no país, no Rio Grande do Sul, segundo o CREA/RS, registrados são 8.908.
Mas o que vale destacar é a grande contribuição dos Engenheiros Agrônomos para o desenvolvimento atual da Agricultura Brasileira, hoje um destaque mundial. Só para exemplificar, em 1980 produzíamos 58 milhões de toneladas de grãos, em 2011 eram 163 milhões e em 2015, segundo as previsões, atingiremos a produção de 202 milhões de toneladas. Hoje, a agricultura transformou-se num ramo de produção semelhante à indústria, que compra insumos (máquinas, equipamentos, agrotóxicos, adubos, sementes, vacinas, rações e outros), produz matérias-primas e depois as vende a outros setores da produção. Fato que abriu oportunidades para consultores do agronegócio nesta profissão.
Na atualidade, o Brasil é o quarto exportador agrícola mundial, ficando atrás apenas da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá. Entretanto, a continuidade da evolução das tendências verificadas nos últimos anos, pode fazer com que o Brasil se torne o líder do ranking, situação que já ocorreu nos mercados de carnes bovinas e frango. Hoje alcançamos o segundo lugar entre os maiores exportadores de soja, atrás apenas dos Estados Unidos. O setor agroindustrial responde por 30% do PIB nacional e 40% das exportações totais do país. Por outro lado, é inegável os avanços ocorridos na agricultura familiar no Brasil, responsável em grande parte pela produção de alimentos.
É de se perguntar: Como o Engenheiro Agrônomo contribuiu de forma direta para que isto ocorresse??? Através de seu fundamental trabalho na pesquisa, extensão e no ensino agrícola. Trabalho que proporcionou mudanças significativas no espaço agrário brasileiro, proporcionando um considerável aumento da produção e produtividade agrícola, criando condições para produção de excedentes exportáveis e contribuindo para os saldos crescentes na balança comercial brasileira.Vamos ao caso da soja, na qual pesquisadores Engenheiros Agrônomos, atuando na EMBRAPA adaptaram sementes e tecnologia desta espécie ao clima tropical, incorporando o cerrado como grande fronteira agrícola. Adaptou o uso do plantio direto no cultivo de grãos. No ensino, como professores formam os novos profissionais, capazes de incorporar tecnologias mais eficientes e de produzir de forma mais sustentável na Agricultura. Poderia continuar a descrever inúmeras ações dos engenheiros agrônomos no desenvolvimento atual da agricultura do Brasil, que muitas vezes não é reconhecido.
Daí, de forma merecida, parabenizamos a todos os Engenheiros Agrônomos pela contribuição ao Desenvolvimento da Agricultura nacional e, exaltar a sua contribuição fundamental para o desenvolvimento do Brasil.
Mas os desafios, responsabilidades e oportunidades de nossa profissão continuam, pois, segundo estima a FAO, em função do aumento da população, será necessário aumentar em 70% a produção mundial de alimentos até 2050, e o país, terá papel fundamental através do desenvolvimento de sua agricultura para atingir esta meta. Por isto, senhores Engenheiros Agrônomos, precisamos nos preparar para contribuir com esta grande tarefa, que é ajudar a produzir de forma sustentável alimentos para o mundo.
Fonte: noticia-o_engenheiro_agronomo_e_a_agricultura_brasileira_atual-103923_10102015
Autor: Mauro M. dos Santos Cirne - engenheiro agrônomo/Sargs