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No último dia 13 de junho de 2024, o eterno Pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira), FEBiano, Cobra Fumante, Herói de Guerra, Imortal Combatente da Segunda Guerra Mundial, Tenente-Coronel Nestor da Silva completou seus 107 anos de vida.

Tenente Coronel Nestor da Silva Cobra FumanteUnanimemente se reconhece que o Tenente-Coronel Nestor da Silva, atualmente residente em Brasília (DF), é tanto exemplo especial de dedicação à pátria, de grande resiliência, de incondicional defesa de princípios e valores das Forças Armadas do Brasil quanto é detentor de legado fantástico que simboliza a coragem, a dedicação e o compromisso com a Nação sendo de forte e enorme inspiração para todas as novas gerações.

 

O Tenente-Coronel Nestor da Silva, reconhecido modelo de patriotismo e de serviço à Nação, nasceu em Lagoa Santa (MG), no dia 13 de junho de 1917, iniciando sua brilhante carreira militar quando, em 1938, se alistou (voluntariamente) no 10º Regimento de Infantaria em Belo Horizonte (MG) e servia como Praça.

No Exército do Brasil o Ex-Combatente Nestor da Silva atuou até 1972 quando passou para a Reserva no posto de Tenente-Coronel. Nestor da Silva integrou, também, 11º Batalhão de Infantaria (11 Bi) em São João Del Rei (MG) uma das unidades da FEB, a Brigada de Infantaria de Paraquedistas (composta de soldados voluntários e considerada unidade de elite), o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha (unidade de elite do Exército Brasileiro especializada em combate em ambiente de montanha) e o Estado Maior do Exército do Brasil.

Herói Imortal da Humanidade” reconhecido plenamente pelo Exército Verde-Oliva do Brasil o Tenente-Coronel Nestor da Silva foi para a Segunda Guerra Mundial em 1944 como Combatente Linha de Frente da FEB no posto de 2º Sargento e tomou parte em combates históricos como os de Monte Castelo, Castelnuevo e Montese. Nos campos de batalha comandou 20 (vinte) patrulhas nas linhas inimigas. No 11 Bi recebeu a promoção como 3º Sargento.

"Por ter se conduzido de maneira excepcional em todas as ações de combate que tomou parte, e revelado elevada capacidade de comando, promovo ao posto de 2º Tenente o 2º Sargento Nestor da Silva", declarou o próprio Comandante da FEB na Itália, o Marechal João Batista Mascarenhas de Morais (1883 - 1968), quando Nestor da Silva foi promovido à frente do comando do Segundo Batalhão de Infantaria Paraquedista na FEB após a difícil Batalha de Montese aquela que é considerada a mais importante das batalhas tratavas pelos Soldados da FEB nos campos italianos.

A Batalha de Montese, ocorrida entre os dias 14 e 17 de abril de 1945, integrou a Ofensiva Aliada da Campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial quando a FEB obteve importante vitória. Segundo historiadores especialistas a Batalha de Montese “não apenas marcou de forma determinante o início da Ofensiva da Primavera dos Aliados como, também, contribuiu para o desmantelamento das linhas de defesa alemãs no setor do V Exército e no resto da Itália abrindo as portas do início do fim daquele miserável e insano conflito que foi a Segunda Guerra Mundial”. Estrategista são unânimes em reconhecer que a vitória em Montese pelos Pracinhas da FEB e a consequente retomada da região do Rio Panaro foi fundamental, essencial, para que os aliados conseguissem vencer a Segunda Guerra Mundial.


A Batalha de Montese até hoje é festejada com intensidade e júbilo pelos citadinos de Montese os quais seguem agradecidos aos Pracinhas da FEB. Na "Piazza Brasile", praça construída especialmente para reverenciar as Tropas Brasileiras, são rendidas seguidas homenagens. Também é ensinado nas Escolas locais de Montese o quão foram importantes os “Soldados Cobra Fumantes” da FEB e no Museu Histórico de Montese foi construído espaço dedicado especialmente à FEB no qual se conta a história da libertação da cidade Montese pelos FEBianos.

Como em Montese os Pracinhas da FEB são reconhecidos na Europa toda como os “Libertadores de Cidades”. “Na jornada de ontem, 14 de abril, só os brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho do seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”; assim proclamou o General Comandante do IV Corpo-de-Exército Norte-Americano.


“A “COBRA FUMOU” (feio, muito feio para os inimigos em Montese) e as tropas brasileiras fizeram a diferença ensinando como conquistar cidades”.

Há de se salientar, também, que a promoção direta de Nestor da Silva de 2º Sargento para o posto de 2º Tenente foi devido à excelência com a qual Nestor da Silva conduziu suas ações de combate e pela elevada capacidade de comando, liderança e bravura; particularmente na horrível Batalha de Montese.

O General Mascarenhas de Morais me convocou. Ele disse: ‘Chamem o sargento Nestor’. Quando falaram que era o General Mascarenhas, eu fiquei nervoso. Na conversa, ele me deu os parabéns e comunicou que no dia seguinte ia assinar a minha promoção de segundo-sargento para segundo-tenente”, conta emocionado o grande Herói de Guerra.


Depois da guerra, reconhecido como Herói, Nestor da Silva iniciou o Curso de Oficiais da Reserva (COR) na Escola Militar de Resende (RJ) em 1946. Em seguida cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) aquela que é conhecida como "A Casa do Capitão", localizada na cidade do Rio de Janeiro, uma Unidade Educacional de excelência do Exército Brasileiro que objetiva "aperfeiçoar Capitães do Exército Brasileiro, habilitando-os a comandar e integrar o Estado-Maior de Organizações Militares".

Na sequência de sua formação Nestor da Silva foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) de 1956 a 1961; realizou o Curso Básico de Paraquedista (1964) e o Curso de Mestre de Salto (1966); servindo por sete anos na Brigada Paraquedista. Em 1971, como Tenente-Coronel, Nestor da Silva foi transferido para o Estado-Maior do Exército do Brasil.

Ao longo de sua história centenária o Tenente-Coronel Nestor da Silva recebeu diversas homenagens (ressalte-se, as quais sempre serão poucas diante de suas enormes contribuições). Todavia, destacam-se as seguintes condecorações: Medalha Cruz de Combate 1º Classe (por destaque individual em combate na Segunda Guerra Mundial); Medalha Sangue do Brasil (por destacada contribuição no teatro de operações na Itália); Medalha de Campanha (por participação em operações de guerra sem nota de desabono); Medalha de Guerra (pelos serviços relevantes prestados em tempos de guerra); Medalha do Pacificador (para galardoar seus serviços prestados com excelência ao Exército Brasileiro); Medalha da Ordem do Mérito Militar (para galardoar seus serviços relevantes prestados à Nação Brasileira e, especialmente, ao Exército do Brasil); Medalha de Mérito Paraquedista; Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes (pelos significativos serviços prestados à FEB); Medalha de Ouro pelos 30 anos de serviço no Exército Brasileiro.

De todas as condecorações que recebeu, Nestor da Silva é taxativo ao reconhecer que a mais especial de todas foi a Cruz de Combate de Primeira Classe. “É a mais importante. É difícil ganhar essa medalha, porque é um destaque individual”, confessa o Ex-Combatente da Segunda Guerra Mundial.

Particularmente, há de se observar que a ANVFEB-DF (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Brasília) lançou a “Medalha Veterano Nestor da Silva” para celebrar a fantástica trajetória de vida do Herói FEBiano Tenente Coronel Nestor da Silva e para distinguir ações valorosas em prol do Brasil.

A “Medalha Veterano Nestor da Silva” constitui particular e especial reconhecimento que fará distinguir outros tantos que auxiliam a ser o Brasil uma Nação Soberana. Personificada na imagem do Herói do Brasil e da Humanidade Nestor da Silva, já membro da Galeria dos Imortais da Pátria, a “Medalha Veterano Nestor da Silva” contribuirá, também, como inspiração na carreira de superiores, pares e subordinados da Arma Verde Oliva.

Mas, é entendido que todas as homenagens sempre serão pouquíssimas para agradecer e reconhecer o exemplo de vitória e perseverança Nestor da Silva. Herói de uma vitalidade lúcida incrível o centenário FEBiano Nestor da Silva, vez ou outra, contando suas histórias, segue surpreendendo a todos. Quando das celebrações dos seus 107 anos de vida afirmou: “Eu fico esperando com toda boa vontade, com toda garra e acho que a esperança é a última que morre, por isso, eu vou ter essa esperança”.

Mesmo após sua aposentadoria nos Quadros do Exército do Brasil e Paraquedista, atuando, também, como colaborador da Funai, Nestor da Silva permaneceu ativo em iniciativas de preservação da memória da FEB e da história militar brasileira. Seu trabalho notável ajudou a garantir que as futuras gerações não se esquecessem dos sacrifícios feitos pelos Soldados da FEB durante a Segunda Guerra Mundial. O legado do Tenente-Coronel Nestor da Silva permanecerá vivo, impactando positivamente a história e a memória da FEB.

Sempre esbanjando simpatia, mineiro muito religioso, considerado pelos familiares tanto carinhoso e amoroso quanto agregador, o homem Nestor da Silva brinda a vida e sempre agradece o fato de ter escapado das diversas investidas furiosas dos alemães nos campos de batalha e por seus ferimentos não terem sido mais graves. Viu morrer ao seu lado companheiros próximos de luta e vivenciou passagens tristes e absurdas dos flagelos da guerra. Conta, com respeito, o episódio quase fatal quando seu capacete balístico o salvou de estilhaços de granada que explodiu próximo a ele. Ao ser interpelado sobre se há algum segredo para sua longevidade o Cobra Fumante confessa aos risos: “É uma pinguinha. ... O dia que eu não tomo, fico triste. Tem de ser com um pouquinho de açúcar”.

Pelo Decreto número 10.358, de 31 de agosto de 1942, o Governo Brasileiro reconheceu o Estado de Guerra entre o Brasil e as potências do Eixo. A FEB era criada pela Portaria Ministerial número 4.744, de 9 de agosto de 1943. E, em 16 de julho de 1944 "a cobra começou a fumar" nos sangrentos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial quando o Primeiro Escalão da FEB (primeiro contingente de Soldados do Brasil) desembarcava em Nápoles (Itália).

Agora em 2024, mais que em tempos passados, quando se celebram os 80 (oitenta) anos do início da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial e tendo o privilégio de ter vivo o Pracinha Nestor da Silva, dentre outros valorosos combatentes, é tempo especial de mais e mais celebrar todos os inesquecíveis Soldados Brasileiros da FEB que dedicaram suas vidas lutando na Segunda Guerra Mundial para manter a liberdade dos povos.

Hurra! Hurra! Hurra! Salve, Salve! Salve! Salve Cobra Fumante Pracinha FEBiano Herói de Guerra Nestor da Silva que fez bem a COBRA FUMAR.

* Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).

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