Nos fins do primeiro ano do mandato do presidente Lula há uma evidente contradição entre os indicadores positivos e coerentes da economia que beneficiam milhões e o ambiente conturbado nos mundos político, ideológico e comunicacional (mídia grande e redes sociais) com uma polarização que se mantém, alimentada por fatos diversos, uma oposição negacionista e renitente e parece empurrar o Brasil para o abismo, um abismo que tem até biografia editada em livro recente.
Para o movimento sindical dos trabalhadores, interessado em garantir e manter sua relevância, é essencial que se apoie na conjuntura econômica positiva que beneficia suas bases e fuja das desorientações provocadas pela polarização (às vezes artificial) e por um identitarismo exagerado.
A ação sindical, como é evidente, torna-se mais efetiva e eficiente quando se tem mais de 100 milhões de brasileiros e de brasileiras empregados e trabalhando, quando as negociações coletivas garantem aumentos reais de salários, quando o próprio salário mínimo continua sendo valorizado (uma das políticas governamentais que alimentam a positividade da economia), quando a inflação é exígua, os juros Selic cadentes e o PIB cresce (desmentindo sistematicamente as cassandras cujas opiniões, sempre negativas, ganham com o esquecimento).
Não interessa, pois, à ação sindical atravessar a rua para escorregar em casca de banana na outra calçada, mas sim pisar firme no terreno da conjuntura econômica positiva que deve se manter no próximo ano.
João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical da FNE