Imprimir

Comemorado no próximo sábado (9/7), Dia da Luta Operária celebra trajetórias valorosas em defesa dos trabalhadores e reafirma urgência em se assegurar os direitos de quem constrói o País. 

IlustraçãoFeriado no Estado de São Paulo devido à Revolução Constitucionalista, o 9 de julho marca também, na Capital, o Dia da Luta Operária em homenagem à histórica greve de 1917. Na data, 105 anos atrás, foi morto pela antiga Força Pública durante a repressão à paralisação o sapateiro José Martinez, que empresta nome ao troféu entregue às personalidades homenageadas a cada ano. 

A iniciativa é das centrais sindicais – Força Sindical, UGT, CSB, CTB, CUT, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, CSP-Conlutas, NCST, Pública e Intersindical Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora – e de outras instituições, como Centro de Memória Sindical, Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual Paulista (Cedem-Unesp), Instituto Astrogildo Pereira, Memorial da Resistência e Oboré. A comemoração passou a ser oficial em 2017 com a aprovação do projeto de lei de autoria do vereador Antonio Donato.  

Na edição de 2022, cuja cerimônia acontece no próximo sábado (9/7), às 9 horas, no antigo Moinho Matarazzo, no bairro paulistano do Brás, destaca-se entre os agraciados João Guilherme Vargas Netto. Incansável batalhador pela democracia e justiça social no Brasil e aliado absolutamente indispensável do conjunto do sindicalismo nacional cuja ação unitária prega incansavelmente, é considerado o maior especialista em história do movimento. Unindo vasta erudição à compreensão profunda do povo e da cultura brasileira, é um arguto observador da realidade nacional e referência obrigatória ao debate qualificado sobre o País. 

Em outra justa homenagem, também receberá a estatueta criada pelo artista plástico Enio Squeff a arquiteta Clara Ant, que foi vice-presidente da federação nacional da categoria.

Por fim, serão homenageados in memoriam os companheiros José Calixto Ramos, que presidiu a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), e Wagner Gomes, que esteve à frente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e foi dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Ambos, lamentavelmente, nos deixaram em 2021. 

Para além de todo o simbolismo da efeméride que recupera a história da luta trabalhista no Brasil, a ocasião ganha importância diante do quadro de ataques a direitos sociais e empobrecimento da população observados no período recente. Ainda que a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o trimestre encerrado em maio tenha ficado em 9,8%, caindo felizmente, a desocupação segue muito elevada. E imensamente preocupante é o encolhimento da renda, já que as vagas criadas são sempre com menores salários, sem perspectivas de avanço num cenário de crescente precarização.

O Brasil precisa retomar o rumo do desenvolvimento socioeconômico sustentável, tendo como alicerce a valorização do trabalho e dos profissionais que produzem e constroem o País. A celebração do Dia da Luta Operária, com o reconhecimento de valorosos lutadores, é ótimo momento para reforçarmos essa ideia. 

Murilo Pinheiro – Presidente