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"Uma das mais controversas obras de infra-estrutura previstas para os próximos anos no Brasil", assim o jornal O Estado de S. Paulo se refere ao Porto Integrado Público de Ilhéus, conhecido como Porto Sul.

De acordo com protocolo de intenções assinado pelo governo na última semana, o complexo ocupará área de 1.771 hectares na região conhecida como Ponta do Tulha, entre Ilhéus e Itacaré, e reunirá porto, aeroporto, rodovia, ferrovia, hidrovia, minerioduto e pólo industrial. Lembra o jornal que o megaporto servirá, sobretudo, para o escoamento de minérios e grãos produzidos no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste com destino ao exterior. Os investimentos previstos são de R$ 4 bilhões, com conclusão das obras em 2012.

A assinatura do protocolo reacendeu discussão que se arrasta há mais de um ano na região, informa O Estado. O complexo trará muito mais prejuízo que lucro à Bahia, sentencia o presidente da ONG Floresta Viva, Rui Barbosa Rocha. Além de destruir uma das mais belas paisagens do litoral brasileiro, o Porto Sul vai causar impactos ambientais irreparáveis, como esgotamento dos recursos hídricos na região, poluição do ar e da água e desmatamento. Também vai prejudicar o desenvolvimento turístico da Costa do Cacau.

De acordo com ele, o projeto inicial, de autoria do governo da Bahia, é ilegal porque prevê a ocupação de parte da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada, que abrange sete municípios. Além disso, contraria o plano diretor de Ilhéus, que delimita a área para uso apenas de empreendimentos turísticos e residenciais de baixa densidade.

Ilhéus já tem um porto, que está com boa parte da capacidade ociosa, analisa. Para Rocha, o investimento poderia ser usado na consolidação de outros vetores do desenvolvimento econômico da região, como o cacau, o turismo e a indústria de informática. ?São setores produtivos que têm mais relação com a região.

Turismo

Planos de investimento de R$ 4 bilhões em equipamentos turísticos nos próximos cinco anos, com criação prevista de 7 mil empregos na região, agora estão ameaçados, afirma o presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), Luigi Massa.

Isso sem falar dos 140 empreendimentos já instalados na área, que podem ser profundamente afetados. Massa, ainda assim, considera justa a idéia de montar o complexo, mas lamenta a forma como o projeto é conduzido. Os estudos foram feitos às pressas, não houve discussão com a comunidade.

É preciso cumprir os trâmites com cuidado, pois é uma das áreas com maior biodiversidade do planeta, lembra. Ao que sabemos, o porto terá como principal cliente a indústria de exportação do minério extraído em Caetité (município a 400 quilômetros, com solo rico em minério de ferro) e as jazidas de lá têm previsão de esgotamento em 25 anos. E depois?? Ele ainda ressalta que um porto de grande porte na região pode dar origem a grandes desastres ambientais. (Extraído de artigo de Tiago Décimo, OESP)

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