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O salário mínimo, hoje em R$ 415, poderá subir para R$ 449,97 em maio do próximo ano. O novo valor consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada hoje pelo Executivo ao Congresso e foi reajustado pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita estimado para este ano. Na prática, o valor é o piso que vai nortear o debate durante a tramitação da proposta. Deputados e senadores podem estabelecer um mínimo maior, desde que haja espaço fiscal.

O Governo, no entanto, já se antecipou ao debate e colocou no texto a possibilidade de o aumento ser maior. Mas, para que isso aconteça, o Congresso precisa aprovar o Projeto de Lei 1/07, que já passou pela Câmara e agora está no Senado. O projeto prevê que até 2011 o reajuste será obtido com base na soma da inflação acumulada e da variação do PIB de dois anos anteriores. Com isso, os valores para 2009, 2010 e 2011 poderão chegar a R$ 453,67, R$ 492,89 e R$ 539,21, respectivamente, segundo projeções do Executivo.

O PL 1/07, que é uma das matérias legislativas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), determina ainda que o aumento será antecipado em um mês a cada ano, de modo a ser concedido em fevereiro em 2009 e janeiro de 2010 e 2011. Neste ano, o aumento começou a vigorar em março. O projeto foi aprovado pela Câmara em primeira fase, em 2007; na semana passada foi aprovado com alterações pelo Senado (PLC 42/07). Agora, retorna à Câmara para votação final.

Execução

A LDO é a primeira lei do ciclo orçamentário. Ela orienta a elaboração e execução do orçamento do ano seguinte ao da sua aprovação. A proposta desse ano, que será relatada pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), traz previsões otimistas para a economia brasileira e, como nos anos anteriores, cria uma regra para execução das despesas sem a existência de uma lei orçamentária.

Segundo o texto do projeto, as despesas discricionárias poderão ser executadas em 2009 até o limite de 3/12 de cada ação, caso o projeto do Orçamento não tenha sido aprovado no Congresso até 22 de dezembro. Ou seja, a regra permite ao Governo executar estas despesas nos três primeiros meses do próximo ano, enquanto aguarda a aprovação das lei orçamentária.

Na prática, o limite preserva a execução do PAC na ausência de lei orçamentária, uma vez que os investimentos representam a maior parte dos gastos discricionários. É dessa conta também que saem os recursos para as emendas parlamentares.

Cenário

Em relação ao cenário econômico, o projeto da LDO prevê crescimento anual de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2009 e 2011. O superávit primário (diferença entre as receitas e as despesas da União, excluído o pagamento dos juros da dívida pública) foi estimado em 3,8% do PIB no período. A participação do Governo central (que engloba os resultados do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central) será de 2,2%, das estatais federais de 0,65% e dos estados e municípios de 0,95%.

Em termos monetários, o esforço fiscal do Governo central e das estatais em 2009 deverá ser de R$ 88,7 bilhões (contra R$ 80,9 bilhões este ano), e dos estados e municípios de cerca de R$ 29 bilhões.

Com a economia gerada pelo superávit e a gestão da dívida pública, o Executivo espera que a dívida líquida do setor público chegue a 37,9% do PIB em 2009, caindo para apenas 31% do PIB em 2011. Além disso, o projeto da LDO estima que a partir de 2010 as contas públicas apresentarão superávit nominal. Ou seja, o setor público deixará de ser devedor para se tornar credor.

A proposta apresentada hoje reserva ainda o equivalente a 0,5% do PIB em 2009 para o Projeto-Piloto de Investimentos (PPI), percentual que é repetido até 2011. Com isso, a carteira de projetos do PPI será de R$ 15,6 bilhões no próximo ano, quase R$ 2 bilhões acima deste ano. O PPI inclui obras de infra-estrutura cujos gastos são excluídos da meta de superávit.

Tramitação

A proposta da LDO será agora analisada na Comissão de Orçamento. A relatora, senadora Serys Slhessarenko (PT/MT), quer que o parecer final seja votado até 30 de junho, bem antes do prazo constitucional (17 de julho), para evitar que a tramitação seja afetada pelo calendário eleitoral.

Pelas regras da comissão, o projeto será discutido em audiências públicas realizadas em outras regiões do país. Cada deputado e senador poderá apresentar até cinco emendas ao anexo de metas e prioridades - mesmo número franqueado às bancadas estaduais - onde estão listados os programas que terão prioridade na execução em 2009. (Com Agência Câmara)

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