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Na tarde de 1º de dezembro , no auditório do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), na capital paulista, foram empossados 58 novos membros do Conselho Consultivo da CNTU, durante sua 12ª Plenária. Agora são 1.316 integrantes do chamado “Conselho das 1.000 Cabeças”. No ensejo, foi aprovada por unanimidade a Carta do 4º Encontro Nacional da confederação, que incluiu tal iniciativa e teve como tema “Soberania, democracia e cidadania rumo ao Brasil 2022”.

À abertura da plenária, o diretor de articulação nacional da CNTU, Allen Habert, saudou os novos conselheiros e destacou: “Temos o compromisso de trabalhar para melhorar o diálogo social para acertar mais e errar menos. A ideia é ter em 2022 – ano em que se comemora o Bicentenário da Independência do Brasil e os 100 anos da Semana de Arte Moderna – 22 mil conselheiros. Vocês serão testemunhas partícipes disso. Cada um deve se considerar um modernista do século XXI e ajudar a empurrar os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.” Conforme ele, diante de 15 milhões de profissionais liberais de nível universitário, “a CNTU é quase uma missão”. Para Habert, portanto, deve contribuir como protagonista na sociedade do conhecimento e concluir a Independência “com democracia e desenvolvimento fortes”. Ele concluiu: “A grande batalha contra as desigualdades e injustiças deve inspirar nossa CNTU, que trabalha com essas inteligências coletivas.” Representando a presidente em exercício da entidade, o diretor Welington Moreira Mello frisou: “Tamanha qualidade revela a importância desse trabalho, ao trazer temas tão relevantes ao País. Temos que ter essa visão das 1.000 cabeças e também pensar seriamente em 2018. É bandeira da confederação defender eleições livres, democráticas e diretas.”

A plenária se iniciou com explanação sobre a Rede Brasil 2022 pelo consultor Sérgio Storch. Segundo ele, a rede social do projeto Brasil 2022 em construção conectará temas que vêm sendo discutidos pela CNTU em seus encontros, trazendo a visão e o trabalho de seus conselheiros. “Vamos sair do paradigma presencial para o virtual, fecundando novas oportunidades.” Assim, “da infraestrutura ao direito à cultura e à geografia econômica, vamos levar inteligência às periferias e trazer de lá, num processo contínuo, vivo”.


Enorme papel

Após a apresentação, conselheiros veteranos apresentaram os desafios e possibilidades de atuação dos novos membros. Presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente), José Manoel Ferreira Gonçalves, por exemplo, salientou a importância de se debruçar sobre o tema da comunicação para contrapor informações distorcidas e hegemônicas. “Contra qualquer tipo de prática anticomercial e antinacionalista, a resposta não pode ser o silêncio. Quero pedir a vocês atitude crítica e independente. Para quebrar resistências, a CNTU tem um enorme papel.” Também saudou os membros recém-empossados, o especialista em Direito Monetário, conselheiro Letacio Jansen. Na proposta de cada integrante contribuir com seu saber, ele explicou a importância de sua área de atuação, para o País garantir soberania monetária.

Representando à mesa os empossados, a delegada do Seesp junto ao Metrô, engenheira Sílvia Cristina Silva conclamou: “Enquanto conselheiros, devemos fazer jus a algo que traga benefícios à sociedade e ao País. Não podemos deixar que nossas conquistas sejam aviltadas.” Na mesma linha, o professor Elias Rahal Neto, membro da Executiva da Federação Latinoamericana de Trabalhadores da Educação e da Cultura (Flatec), ressaltou: “Vamos fazer pontes com as demais entidades para nos integrar na busca de um renascimento das cinzas em relação ao sindicalismo, à sua renovação.” Ele também levantou o dado de que  83% dos brasileiros estudam em escola pública e que lamentavelmente sua qualidade está comprometida. “É tarefa de todos nós lhe devolver o que nos ofereceu no passado”, apontou, trazendo ainda a demanda por integração latinoamericana.

Soraya Misleh
Comunicação CNTU