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Após cinco anos de preparação e 2.7 bilhões de investimentos, primeiro satélite geoestacionário brasileiro caminha sua posição definitiva, a 36 mil quilômetros da superfície da Terra

Lançamentoocorreu às 18h50 de quinta-feira

Depois de adiamenntos sucessivos,  o primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas foi finalmente lançado às 18h50 da última quinta-feira (4) pelo Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, com uma decolagem que considerada perfeita pelo Centro de Controles da Arianespace.

Foram 28 minutos até a separação do satélite, que levará cerca de 10 dias para chegar à sua posição final. Ele deverá estacionar a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, de onde poderá cobrir todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. A partir daí, serão necessários 30 dias de testes até a entrega do controle operacional dos equipamentos para as  Forças Armadas.  A previsão para início do uso da banda para comunicações é o próximo mês de setembro.

O satélite brasileiro tem 5,8 toneladas e 5 metros de altura e uma capacidade de operar por 18 anos. O equipamento  adquirido pela Telebras  vai operar nas bandas  Ka e X. A primeira foi estabelecida não só de apoiar comunicações estratégicas do governo, mas também para a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – especialmente em áreas remotas. A banda X corresponde a 30% da capacidade do equipamento e é uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar.

Trabalho intensivo para a Engenharia

O lançamento de quinta-feira é fruto de uma parceria feita em 2012 entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolveu investimentos de R$ 2,7 bilhões.  De acordo com a Agência Espacial Brasileira, houve um largo processo de absorção e transferência de tecnologia, com o envio de 50 engenheiros e técnicos brasileiros para as instalações da Thales Alenia Space, em Cannes e Toulouse, na França. São especialistas da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – entidades vinculadas ao MCTIC –, além do Ministério da Defesa e das empresas Visiona e Telebras.

Os profissionais passaram por treinamento para operar e controlar o equipamento em solo, um trabalho que será feito por militares a partir do 6o Comar e da Estação de Rádio da Marinha, no Rio de Janeiro (RJ). Também há outros cinco gateways – estações terrestres com equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – que serão instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

“Durante toda a construção do satélite, houve uma atuação coordenada dos engenheiros da Telebras e da Visiona que acompanharam o processo de construção do equipamento na França, além da transferência de tecnologia para as empresas nacionais que participaram desse processo. A partir da entrada em operação, os engenheiros capacitados terão todo o controle do equipamento nos centros de operação de Brasília e Rio de Janeiro”, afirmou o assessor de Assuntos Internacionais da Telebras, Luiz Fernando Ferreira Silva.

O lançamento na base espacial foi adiado durante cinco semanas por conta da greve geral que deu início a uma série de atos que pararam a Guiana, que vive um colapso social diante de uma grave crise econômica que assola a população com alto índice de desemprego e violência. A Guiana ainda é colônia da França que, em alguns dias decidirá seu futuro presidente.  No entanto, a crise na Guiana está longe de acabar. Notícias de páginas locais em redes sociais dão conta que caminhoneiros preparam uma nova paralisação para os próximos dias.

Rita Freire, com informações da AEB,  Centro Espacial de Kourou e Seesp

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