A tramitação da reforma de Temer pode se aproximar mais da de FHC do que da do governo Lula, por conta do contexto econômico, politico e social de cada governo. Lula, num contexto favorável, enviou uma proposta direcionada ao serviço público. E FHC e Temer, ao inverso de Lula, em contextos adversos, enviaram propostas para todos os segmentos, seja público ou privado, com amplo impacto na sociedade.
E Temer, em relação a FHC e Lula, assumiu a presidência da República em 2016, resultado de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff do qual era vice, além de ter enviado a reforma da previdência na metade de um mandato, diferentemente dos governos anteriores que enviaram suas propostas no início do mandato e tiveram que submeter aos eleitores seus programas de governo.
Razões essas que em ambos os governos – FHC e Temer – evidenciaram a forte pressão da sociedade sobre o Parlamento e, consequentemente, provocaram a dilatação do tempo de tramitação. Isso porque o governo Temer não conta com apoio suficiente dos partidos da base para atingir uma margem confortável em relação ao quórum de 308 votos exigidos para aprovação de emenda constitucional. Além disso, havia propostas polêmicas tramitando paralelamente no Congresso Nacional.
No governo Temer, além desses motivos, o tempo de tramitação pode ser maior por causa da quantidade de problemas para administrar, em especial as graves acusações de corrupção da operação Lava Jato que recaem sobre a própria cúpula do partido e sobre vários parlamentares da sua base no Congresso Nacional, bem como os riscos de um aprofundamento da crise política, com a cassação pelo TSE, no julgamento da Chapa Dilma/Temer.
Confira o tempo de tramitação das reformas nos diferentes governos, no Diap