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Cresce Brasil

O campo petrolífero descoberto recentemente pela Petrobras em águas profundas, ao longo da costa entre o sul da Bahia e o norte de Santa Catarina, deve começar a operar dentro de quatro a cinco anos e atingir operação plena nos próximos seis a sete anos. A estimativa é do engenheiro especialista em exploração de petróleo da Petrobras Ricardo Maranhão. A reserva descoberta tem 800 quilômetros de extensão por 200 de largura.

Em entrevista à Rádio Nacional, dia 13 de outubro, o engenheiro ressaltou a capacidade tecnológica da Petrobras, que hoje é líder mundial na extração de petróleo em águas profunda, com lâmina de 2 mil metros de água, e está em fase de capacitação em 3 mil metros, no Rio de Janeiro.

Ricardo Maranhão manifestou "absoluta certeza" de que será vencido o desafio de tirar petróleo na camada de até 8 mil metros, mas disse que a questão deve ser tratada com "a cautela e a prudência" características da Petrobras, para evitar frustrações como as vividas no passado. Segundo ele, foi o que aconteceu com as descobertas em Nova Olinda, no Amazonas, e na Ilha de Marajó, no Pará, anunciadas com "estardalhaço", mas que que não se concretizaram.

No caso atual, embora não haja ainda definição da jazida petrolífera, fala-se numa reserva de 8 bilhões de barris na região do Campo de Tupi, onde foram perfurados 15 poços, dos quais oito já avaliados. Para o engenheiro, não há dúvida de que a descoberta representa uma riqueza inestimável, da ordem de US$ 800 bilhões.

Maranhão enfatizou, entretanto, que, ao mesmo tempo que se comemora tal descoberta, equivalente a mais de metade das reservas atuais, de 14 bilhões de barris, é preciso ter cuidado quanto ao marco regulatório da indústria do petróleo, em defesa das riquezas brasileiras para o povo brasileiro, com foco na soberania nacional. Por isso, ele considera "muito acertada" a decisão governamental de suspender a licitação de 41 blocos de exploração, que poderiam ser arrematados em parte por empresas estrangeiras.

O engenheiro afirmou também que a descoberta em si muda as relações externas do Brasil, que assume "posição mais cômoda" na comunidade internacional já em decorrência da estabilidade econômica, agora evidenciada também pela quase auto-suficiência do país na produção de petróleo, com reservas e exploração crescentes.

Maranhão ressaltou que a descoberta dá ao país condições de crescer "excepcionalmente", porque "petróleo é energia, é o sangue que movimenta a máquina industrial, os transportes e toda a economia", mas lembrou que é preciso ter cuidado com "olho gordo, pressão e cobiça" externa, porque o mundo vive crise de energia, com a maior potência do mundo, os Estados Unidos, importando 12 milhões de barris por dia, e o Japão comprando metade do óleo que consome.

"Dinheiro eles têm muito, mas é uma dependência que não se expressa só em dinheiro. É possível que, mesmo com dinheiro, não seja possível aos Estados Unidos comprar parte do petróleo de que precisam, porque parte dele vem de regiões hostis em relação à política externa insensata do presidente [George] Bush, desgastando-se com a Venezuela e o Irã e atacando o Iraque; todos países com grandes reservas de petróleo", afirmou o engenheiro.

De acordo com ele, isso faz com que a descoberta brasileira tenha expressão e significado ainda maior. Maranhão acredita que, com isso, haja pressão para novas aberturas na indústria do petróleo e para aproveitamento das jazidas que, para ele, devem ser exploradas em benefício do povo brasileiro e dos povos amigos, em relações de troca que favoreçam o país

Autor: Divulgação Petrobras

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