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A Operação Lava Jato, como é chamada a maior investigação de corrupção e de lavagem de dinheiro que o País já teve notícia, completou em março três anos de sua deflagração. Vale lembrar que ela é decorrente das investigações encetadas no âmbito do escândalo do mensalão, que teve como desfecho as condenações de caciques do PT, do PTB, do PP, entre outros, graças à pressão da sociedade, tendo em vista que o processo “dormia em berço esplêndido” no Supremo Tribunal Federal, correndo o risco de prescrição.

No rastro do doleiro Alberto Youssef, que já era investigado pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a investigação chegou a Carlos HabibChater, também doleiro e proprietário do posto de venda de combustíveis denominado “Posto da Torre”, localizado em Brasília – daí o nome “lava jato”.

Todos nós temos a convicção de que a operação, que tem o espírito de passar o País a limpo,não tem sido uma tarefa fácil. Isso se dá devido à característica dos envolvidos, “peixes graúdos”, o que vem preocupando bastante não apenas os integrantes da força-tarefa, mas todo o cidadão brasileiro que tem se indignado com o que é revelado a cada nova etapa da Lava Jato e teme que tudo o que foi revelado até agora venha a se transformar em uma grande pizza.

O ambiente no Congresso Nacional é nervoso, e as tentativas de salvar a pele dos envolvidos, tidos como beneficiários do esquema de propina, vão desde restringir as atuações da Polícia Federal e do Ministério Público à anistia dos políticos pelo uso do Caixa 2. Tentam também fazer uso da necessária reforma política, propondo mudanças no sistema eleitoral que, no fundo, têm por objetivo beneficiar os caciques dos partidos, a maioria deles envolvida no esquema, como forma de blindá-los e mantê-los longe da Justiça de 1ª Instância, e até mesmo de anistiá-los.
As cifras do megaescândalo deixaram a casa dos milhões para chegarem aos bilhões de reais. Há quem diga que chegará ao trilhão, para indignação de todos nós. Um verdadeiro “tsunami” nos cofres públicos.

Com a apoderação da Petrobras pelos governos instalados, esse valioso e mais bem-sucedido patrimônio do povo brasileiro, além de outros, foi corroído pela ganância e por um projeto que, empunhando a bandeira da inclusão social, perseguia apenas a perpetuação no poder e o enriquecimento a qualquer custo.

O esquema de corrupção começava com a indicação, por políticos influentes, de nomes para ocuparem cargos chave dentro da Petrobras e ia adiante, com um bem engendrado processo envolvendo as maiores empreiteiras do País.

O monitoramento implacável a Youssef, com autorização judicial, possibilitou identificar os principais agentes da ladroeira instalada na Petrobras e daí, fazendo uso dos institutos da delação premiada e do acordo de leniência, foi se chegando aos envolvidos, destacando-se dois ex-presidentes, vários ministros e ex-ministros, deputados, senadores e, pasmem, os atuais presidentes das duas casas do Congresso Nacional, além de executivos das empresas envolvidas.

Não podemos assistir a toda a movimentação de quem quer “melar” as investigações e salvar a pele dos envolvidos, passivamente. Temos que reagir. É fundamental que estejamos todos, permanentemente, atentos a tudo o que possa acontecer no Congresso Nacional e também no Supremo Tribunal Federal para evitar surpresas. Ou seja, não permitir que o enorme esforço desprendido até aqui pela vigorosa equipe da Lava Jato se pulverize sem que os envolvidos e beneficiários do esquema recebam exemplar punição.

Brasil Louly é presidente do Sindicato dos Engenheiros no Distrito Federal (Senge-DF)

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