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O seminário “Trabalho, política e cultura – construindo diretrizes e propostas de ações”, realizado em 9 de dezembro último, no Seesp, na capital paulista, foi um marco na organização da juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). A atividade foi promovida pelo Departamento Jovem Profissional da entidade e teve como objetivo ajudar na formulação de um plano de trabalho para estimular a participação desse segmento no movimento sindical. O presidente da FNE e da confederação, Murilo Celso de Campos Pinheiro, enfatizou que é necessário unir forças com os jovens para enfrentar com maior consistência os problemas atuais. “Isolados somos fracos e não ajudaremos o País a sair deste momento difícil.” E completou: “O futuro da confederação é crescer cada vez mais e ser referência de ação democrática e séria em defesa dos nossos profissionais. Por isso, estamos de portas abertas ao jovem.”


A coordenadora do departamento, Marcellie Dessimoni, informou que a atividade conseguiu atrair todas as categorias profissionais que compõem a CNTU e de várias regiões do País. O saldo foi a formulação de um plano de trabalho já para este ano. “Inúmeras sugestões foram levantadas, como a da redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais; combate ao assédio moral e sexual; maior participação nos espaços sociais, como nos conselhos profissionais; e a importância do fortalecimento dos direitos humanos para combater a intolerância racial e de gênero.” Outra proposta, informa ela, é a criação de cinco departamentos da CNTU, contemplando as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Para Glauber Victor Cabral de Moraes, cirurgião-dentista de Natal (RN) recém-formado, foi aberto um canal fundamental para o jovem debater não apenas questões específicas da profissão, “mas vários outros assuntos importantes, como a saúde e a defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo”. A Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), como informa o seu presidente, José Ferreira Campos Sobrinho, já está planejando ações junto aos sindicatos filiados para criar estruturas específicas a esse público. “Junto com os jovens, analisaremos a formação acadêmica, o mercado de trabalho e a busca pela realização e plenitude profissionais”, observa ele.
Segundo Sobrinho, há três questões relevantes para sua categoria: a baixa remuneração e a falta de um piso salarial determinado por lei, a precarização das condições de trabalho e a ausência de uma carreira profissional. “Podemos acrescentar o aumento da jornada de trabalho no setor privado, tabelas remuneratórias dos planos de saúde muito baixas e as doenças profissionais”, relaciona.

Aproximação no Acre
A coordenadora do Senge Jovem do Acre, a estudante de Engenharia Elétrica da universidade federal do estado (UFAC), Taynara Bastos Trindade, fala da ação pioneira do sindicato acriano em abrir a oportunidade de levar o discente para dentro da entidade. Segundo ela, isso tem sido central para mudar a ideia distorcida que muitos têm de política e do próprio trabalho sindical. “Tudo o que se faz para quebrar esse muro é fundamental. Precisamos mostrar que o sindicato existe para defender os nossos direitos e valorizar o profissional”, defende. Outros sindicatos de engenheiros também já montaram estruturas específicas internas para abrigar a demanda da juventude da área (leia mais no jornal Engenheiro nº 163, de dezembro de 2015, disponível em http://goo.gl/GMRgl6).
Dalmare Anderson Bezerra de Oliveira Sá, representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), diz que a entidade já tem uma relação muito próxima ao movimento estudantil da farmácia, que resultou na formação da diretoria de juventude e direitos humanos. Tal medida, explica Oliveira Sá, se faz ainda mais decisiva na área, porque nos últimos anos foram abertos muitos cursos de graduação em farmácia. “Hoje temos mais profissionais novos do que antigos. Somos uma categoria jovem. Temos consciência de que não cresceremos se esse foco não estiver em nossas ações.”
A economista recém-formada de Mato Grosso do Sul, Isabela Fernandes, comemorou a iniciativa da CNTU para enfrentar diversas dificuldades vividas por esse público nas universidades e no mercado, ao mesmo tempo em que está distante do sindicato. “Discutirmos juntos as nossas dificuldades e definir ações para enfrentá-las sem dúvida vai ajudar a mudar essa realidade.” O presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo (Sindecon-SP), Pedro Afonso Gomes, reforça a opinião dizendo que “o fato de os participantes se sentirem construtores de um projeto é fundamental para que percebam a importância de cada um”.
Já em sintonia com a proposta da CNTU, o Sindecon-SP criou a Comissão do Jovem Economista. Gomes relaciona alguns dos problemas a serem enfrentados: “A invasão de outras profissões sobre o campo legalmente próprio do economista, a pouca sintonia entre o que é ensinado na universidade e aquilo que é demandado pelo mercado de trabalho e, um tanto derivado desse, a falta de conhecimento das possibilidades que têm de atuação profissional.”

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