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Cresce Brasil

O Engenheiro é o profissional que possui a qualificação técnica e está legalmente habilitado para desenvolver projetos, melhorar e criar produtos que envolvam tecnologia.

Foto: Luiz Gustavo Leme/Câmara dos DeputadosEntretanto, para a Empresa empregadora não é relevante qual o nome dado ao cargo a ser ocupado pelo Engenheiro, desde que este profissional altamente capacitado e, portanto, essencial, integre o quadro funcional da empresa que desenvolve tecnologia ou projetos de Engenharia – Isso é fato! O Engenheiro é mão de obra especializada e imprescindível para o desenvolvimento de produtos que possuam conhecimento tecnológico agregado.

O Brasil tem exportado para o mundo Engenheiros altamente qualificados e preparados, profissionais com vários títulos de especialista, dentre Mestres, Doutores e Pós-Doutores, muito deles financiados com recursos públicos através de bolsas de estudo provenientes do Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia.

Como estes profissionais não encontram em nosso País, que os formou e qualificou, um mercado gerador de oportunidades contínuas e que lhes remunerem dignamente - visto que sequer o piso salarial previsto em Lei Federal é observado para estes profissionais - eles estão partindo em busca de melhores oportunidades, em busca de reconhecimento. Todos os anos deixam o Brasil inúmeros profissionais Engenheiros que levam consigo suas mentes cheias de conhecimento de ponta. Esse conhecimento especializado emigra do Brasil para desenvolver empresas em outros países, para lá criar e melhorar patentes, para agregar desenvolvimento tecnológico e enriquecer a economia dos países para os quais os Engenheiros Brasileiros empregam sua força de trabalho e seu conhecimento.

Afinal ainda temos a mentalidade de colônia, porém hoje, não exportamos mais somente bananas, agora exportamos, também “cérebros” da melhor qualidade!

Em rápida pesquisa no Google se constata que existem países ávidos para receber Engenheiros brasileiros, dentre os principais, podemos citar o Canadá, a Nova Zelândia e a Noruega. Na Noruega, por exemplo, conforme fonte do site da Revista Exame:(https://exame.abril.com.br/carreira/3-paises-que-querem-profissionais-brasileiros/ ), desde 2014, um dos profissionais mais escassos é o de Engenharia e, quando se fala em escassez, obviamente também se fala em melhor remuneração para aquele profissional preparado, pela natural lei da oferta e procura.

Existe até um site chamado “Clube de vagas no Exterior” que prepara profissionais para conquistarem uma vaga fora do Brasil, indica os melhores países para exercer a atividade de Engenharia e auxilia na busca de vagas. Dentre os países que mais procuram esses profissionais estão, além dos já referidos: a Alemanha, Suíça, Reino Unido, Japão, China, Índia, dentre outros.

Segundo fonte do site “O Globo”: https://oglobo.globo.com/economia/emprego/nao -falta-trabalho-para-brasileiros-no-exterior-22450883 de 2013 à 2017 a quantidade de declarações de saída definitiva do Brasil entregues à Receita Federal mais do que duplicou, passando de 9.887 para 21.701. E dentre as profissões mais solicitadas no exterior estão a área de TI e Engenharia.

Até quando vamos investir na alta capacitação de profissionais sem criar atrativos para mantê-los no Brasil no intuito de que nosso investimento em qualificá-los reverta em riqueza interna em prol do crescimento do nosso País?

Precisamos urgentemente parar de “exportar” nossos Engenheiros e demais profissionais altamente qualificados.

Temos que produzir tecnologia, vamos enriquecer a nossa própria economia!

As Empresas precisam entender que é valorizando o profissional que se propiciará o crescimento do Brasil e, assim, mais forte será a economia e finalmente se criará o círculo virtuoso que tanto almejamos. Merecemos e precisamos crescer como Nação, para evoluir como sociedade e termos qualidade de vida.

O crescimento do Brasil há muito tempo se caracteriza pela alternância de curtos períodos de desenvolvimento econômico com períodos de forte depressão ou estagnação. Entre os motivos, além dos já conhecidíssimos: corrupção, alta carga tributária sem retorno para a população, etc., está também a falta de infraestrutura para suportar o crescimento, visto que quando a economia vai bem, sobe o consumo e a população começa a gastar e demandar mais; as empresas começam a ter que produzir mais rapidamente e esbarram muitas vezes na falta de infraestrutura pois acabam necessitando de mais estradas, portos, hidrovias, máquinas para o escoamento da produção, ou seja, a carência tecnológica acaba sendo um obstáculo intransponível. E é esse ambiente desfavorável que impede que se forme o círculo de crescimento que anteriormente referimos.

Além disso, é preciso atentarmos para o fato de que tudo está interligado, por exemplo: a mitigação dos direitos laborais – no caso o não cumprimento do piso salarial de uma categoria profissional não acarreta “apenas” o barateamento da mão de obra daquele profissional, não traz prejuízos apenas a ele e a sua família, traz prejuízos para todos nós, para o Brasil, pois na “carona” do não pagamento do salário devido vem a redução do recolhimento fiscal e previdenciário referente a este empregado, que também irá consumir menos, formando o terrível círculo vicioso.

Portanto, temos que referir que a alegada quebra do sistema previdenciário – o próximo a sofrer considerável reforma – não é causada pelo cidadão amparado pelo auxilio doença, do aposentado que faz jus ao seu merecido descanso para o qual contribuiu dignamente para o sistema. Não! São, também, as bilionárias isenções concedidas a empresas de grande porte, assim como o não pagamento dos encargos trabalhistas devidos, a sonegação fiscal e previdenciária que acabam não sendo

devidamente fiscalizadas e cobradas pelo Poder Público. O resultado dessa equação é a falta de investimento em infraestrutura, em políticas públicas, o que acaba acarretando a estagnação da produção e do desenvolvimento tecnológico e a necessidade de importação de produtos que poderíamos muito bem desenvolver internamente se houvessem os investimentos necessários e, principalmente se valorizássemos nossos trabalhadores! Ao contrário, acabamos precisando importar tecnologia a preços mais elevados que são repassados ao consumidor juntamente com todos os encargos.

Como já salientado por economistas, o Brasil infelizmente acaba sempre no voo da galinha, ou seja, faz muito barulho, mas percorre distâncias curtas e voando sempre baixo.

A solução para a instabilidade econômica e inconstância de crescimento do Brasil passa pela efetiva proteção aos direitos sociais. O trabalhador fortalecido é que propiciará o crescimento, pois é a força do trabalho que produz riqueza. Não permitir o esvaziamento dos direitos laborais, sendo inaceitável diversos pontos trazidos pela reforma trabalhista os quais desafiam normas internacionais de proteção ao trabalho e à saúde do trabalhador.

É neste grave cenário atual que os bons sindicatos (sim existem bons sindicatos, apesar de estar na moda falar mal destes) devem se fortalecer e surgem ou ressurgem como efetivos defensores das categoriais profissionais.

Não se pode prescindir da força produtiva unida, pois, é a união que faz a força, e foi da união que historicamente surgiram as inúmeras conquistas trabalhistas que agora estão em flagrante retrocesso.

Em economias fortes no mundo, como na Alemanha, por exemplo, os Sindicatos exercem papel preponderante nas relações laborais, tanto que os contratos são negociados entre os sindicatos e as empresas. Tal é o prestígio e a responsabilidade dos Sindicatos alemães que os mesmos têm acento no Conselho das Empresas, com a finalidade de monitorar o cumprimento dos contratos laborais.

Por fim, insta esclarecer que no Brasil ainda existem sindicatos fortes e atuantes e que podem fazer uso de uma das legislações mais modernas do mundo em termos de proteção de direitos coletivos.

Karla Schumacher Vitola

OAB/RS 60.475

Rodrigo Pitombo Vitola

OAB/RS 43.566

 

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